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sábado, 18 de agosto de 2012

5 Liberdades preconizadas para o bem estar animal




Para que seja garantido o bem estar animal deve-se levar em consideração não apenas o estado físico desses seres, mas também o ambiente em que vivem, assim como seu estado psicológico.

Com a finalidade de facilitar a identificação de fatores que prejudicam o bem estar dos animais e auxiliar na defesa desse, em 2003, a FAWC (Farm Animal Welfare Council) preconizou as cinco liberdades dos animais (Five Freedoms).

Usando as próprias palavras da FAWC,  uma estrutura lógica e abrangente para a análise do bem estar animal dentro de qualquer sistema foi formada. Além disso, também estão presentes as etapas e os compromissos necessários para garantir e melhorar o bem estar animal.

De acordo com as cinco liberdades, os animais devem estar: livres de fome e sede; livres de desconforto; livres de dor, ferimentos e doenças; livres de medo e angústia; livres para expressar seu comportamento natural.

CINCO LIBERDADESMANEJO PARA O BEM ESTAR
Liberdade de fome e sede
( Liberdade Nutricional )
Água limpa e fresca e uma dieta saudável e equilibrada, de acordo com a espécie.
Liberdade de desconforto
(Liberdade Ambiental)
Ambiente adequado, incluindo abrigo e uma área de descanso confortável.
Livre de dor, ferimento ou doença
(Liberdade Sanitária)
Prevenção ou diagnóstico e tratamento rápidos.
Liberdade para expressar comportamento normal
(Liberdade Comportamental)
Fornecer espaço suficiente, instalações adequadas e companhia (preferencialmente de sua própria espécie animal).
Liberdade de medo e angústia
(Liberdade Psicológica)
Proteção, garantia de condições e tratamento que evitem sofrimento mental, medo, estresse.


Acreditamos que conhecer as cinco liberdades e interpretá-las é o primeiro passo para que seus conceitos sejam aplicados e disseminados. A partir do momento que passamos a conviver com um animal, somos inteiramente responsáveis pelo seu bem estar e garantia da sua qualidade de vida.

Duvidas sobre vacinação




1. Em filhotes pequenos, 95% de sua imunização é obtida através do consumo do colostro, que é o primeiro leite produzido pela mães durante um tempo curto logo após o nascimento.

VERDADE Se a mãe é imunizada contra as principais doenças infecciosas caninas, seus filhotes também irão se proteger por 6 a 16 semanas após o nascimento se eles consumirem o colostro logo após o nascimento.

2. Fêmeas revacinadas antes da cobertura passam mais anticorpos para seus filhotes pelo colostro do que as fêmeas não vacinadas.

VERDADE Quanto mais alta for a concentração de anticorpos contra doenças infecciosas na mãe, maior será a proteção que ela passará para seus filhotes. A revacinação causa um aumento na produção de anticorpos maternos.

3. Enquanto estão presentes, os anticorpos recebidos da mãe não vão interferir com a vacinação permanente dos filhotes.

FALSO : Os anticorpos recebidos da mãe vão interferir na produção de anticorpos produzidos pelos filhotes por algumas semanas após o nascimento.

4. A via de administração (usualmente intramuscular ou subcutânea) não tem efeito no nível de proteção produzido em cães com idade para serem vacinados.

FALSO : O efeito da via de administração na resposta vacinal depende da vacina que é aplicada. Por exemplo, a vacina anti-rábica é mais efetiva se for administrada pela via intramuscular do que a via subcutânea. Com a vacina contra Cinomose, ambas as vias são igualmente efetivas.

5. Cães idosos(mais de sete anos de idade) podem ter uma diminuição na habilidade de produzir anticorpos após vacinação, então devem ser revacinados anualmente.

VERDADE Cães idosos não produzem anticorpos vacinais tão bem como cães mais jovens. A duração da proteção com uma vacinação única será mais curta em animais idosos. A revacinação anual impede que os níveis de anticorpos de proteção diminuam deixando o animal exposto a doenças.

6. A vacinação de animais que já estão doentes, irá prevenir a progressão da doença.

FALSO : A vacinação de animais doentes não irá prevenir a progressão da mesma, pois os anticorpos vacinais demoram vários dias até atingirem níveis de proteção que impeçam a progressão da doença. 7 dias a duas semanas são necessários para que o organismo produza quantidades suficientes de anticorpos para proteger os animais contra as doenças. Os anticorpos devem estar presentes antes da exposição do paciente ao agente causador da doença.

7. Filhotes vacinados devem ser protegidos do frio, pois a friagem reduz a quantidade de anticorpos produzidos após a vacinação.

VERDADE Pesquisas recentes em ninhadas separadas por sexo, idade e peso, demostraram níveis significativamente maiores de anticorpos em filhotes que não ficaram expostos ao frio durante o tempo de formação de anticorpos após a vacinação.

8. Cães não devem ser vacinados contra Cinomose, Hepatite, Leptospirose, Parainfluenza e Parvovirose, pois eles irão adquirir naturalmente imunidade.

FALSO : Todas as doenças citadas acima podem ser fatais. Quando o animal se recupera de uma desta doenças, o seu organismo pode realmente ficar imune a esta doença, mas as lesões nos órgãos e sistemas pode ser tão severas que podem predispor o animal a ter inúmeras outras doenças.

Cinomose



Enfermidade infecto contagiosa, que afeta só os cães entre os animais domésticos. Causada por um vírus, sobrevive por muito tempo em ambiente seco e frio, e menos de um mês em local quente e úmido; muito sensível ao calor, luz solar e desinfetantes comuns. Não escolhe sexo ou raça, nem a época do ano. Ocorre mais em jovens, mas animais idosos também podem se contaminar se não vacinados.

Se infectam (contaminam) por contato direto ou pelas vias respiratórias, pelo ar contaminado. Essa transmissão é por secreções do nariz e boca de animais infectados (espirros e gotículas que saem do nariz quando se respira) é a principal fonte de infecção. O animal doente espirra e contamina o ambiente e os animais que estejam perto. Inclusive, se tiver um ser humano por perto, o vírus pode ser carregado até um animal sadio por ele.

O animal pode se contaminar pela via respiratória ou por via digestiva, por contato direto ou fômites (pode ser um objeto ou um ser humano, por exemplo, que carregam o vírus na roupa, nos sapatos) , água e alimentos contaminados por secreções de cães doentes.

Após o animal ser infectado, ocorre o período de incubação do vírus (digamos que seja o período que ocorre entre o vírus entrar no corpo e o corpo começar a manifestar os sintomas da doença) por 3 a 6 dias , ou até 15 dias, e depois disso a temperatura pode chegar a 41ºC, haver perda de apetite, corrimento ocular e nasal . Este estado dura mais ou menos 1 a 2 dias. Depois se segue um período de 2 a 3 dias, as vezes meses, em que parece que tudo volta ao normal. Depois disso pode ser que apareçam os sinais e sintomas típicos da cinomose.
Pode haver sintomas digestivos (diarréia e vômito), respiratórios (corrimento nasal e ocular) ou nervosos ( tiques nervosos, convulsões, paralisias, etc) ou haver associação deles.

O animal pode morrer tendo desenvolvido só uma das fases da doença ou sobreviver desenvolvendo todas, podem desenvolver cada tipo de sintoma aos poucos ou todos juntos.

Normalmente os primeiros sintomas da 2º fase são febre , falta de apetite, vômitos, diarréia, dificuldade para respirar. Depois conjuntivite com secreção , corrimento nasal, com crostas no focinho, e pneumonia. Pode se seguir por 1 a 2 semanas e daí aparecerem os sintomas nervosos, tiques nervosos, depois sintomas de lesões no cérebro e medula espinhal. 

Em uns, por inflamação no cérebro, os animais ficam agressivos, não conseguem as vezes reconhecer seu dono, ou em outros, ocorre paralisia dos músculos da face em que o animal não consegue abrir a boca nem para tomar água, apatia profunda; por lesões no cérebro e na medula espinhal, andar cambaleante, paralisia no quarto posterior ('descadeirado'). Dificilmente os sintomas são estacionários (vão piorando sempre, de maneira lenta ou rápida).

É de difícil tratamento, dependendo quase exclusivamente do cão sua sobrevivência ou não. Digo quase exclusivamente, porque o veterinário pode ajudar eliminando coisas que podem atrapalhar sua "guerra" com a doença, como as infecções que ele pode ter por fraqueza, aconselhar a alimentação correta, receitar medicamentos que ajudem a combater as inflamações no cérebro, receitar uma medicação que tente aumentar sua resistência, etc.

Sua evolução é imprevisível, ou seja, quando o cão adoece, não há como saber se ele vai se salvar ou não, ou se a morte vai ser rápida ou lenta.
A melhor solução ainda é a prevenção, ou seja, vacinar corretamente.

Otite




Trata-se da inflamação desse órgão da audição. E como o mesmo compreende várias partes , necessário se faz seu conhecimento anatômico.

Qual é a anatomia do ouvido? 

Pode ser dividido para efeito didático em ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno, porém interligados entre si. O ouvido externo compreende o pavilhão auricular (orelha), o meato acústico externo também chamado de canal auditivo externo e o tímpano, este última uma membrana delgada que por assim dizer separa o ouvido externo do médio. O ouvido médio é a câmara onde situam-se três ossículos (martelo, estribo e bigorna) interligados entre si e que servem como meio de ligação com o ouvido interno. Nessa câmara onde situam-se referidos ossículos, existe um canal de ligação do ouvido médio com o faringe, denominado Trompa de Eustáquio. Ouvido interno, a parte mais especializada e portanto também mais delicada e importante de todo o ouvido, onde existem os chamados Canais semicirculares, a Cóclea e o Nervo acústico, este último ligando todo o conjunto diretamente ao cérebro. Notaram todos portanto, que conforme sejam atingidas essas diferentes porções do ouvido, a otite se revestirá de maior ou menor gravidade, recebendo também denominações diversas, como otite externa (apenas ouvido externo inflamado), otite média (apenas ouvido médio inflamado), e otite interna (esta a mais grave pois atingindo os canais semicirculares determinará transtornos do equilíbrio por ser esse o órgão responsável pelo nosso sentido espacial. Atingindo a cóclea, será a doença denominada labirintite (devido ser tal órgão também chamado de labirinto), e assim por diante.

O que causa a otite? 

Podem causar otites, germes ou fungos infecciosos quando nesse órgão instalados, que podem ali penetrarem, tanto a traves do exterior pelo canal auditivo externo, quanto também a traves do faringe pela Trompa de Eustáquio.

Como podemos prevenir essa doença em nossos cães? 

Primeiro, cuidando da limpeza do canal auditivo externo e das próprias orelhas de nossos cães, e em segundo lugar, cuidando e tratando quando os mesmos acometidos por doenças da garganta, pois daí também, pode a infecção progredir e atingir o ouvido.

Como proceder para a boa limpeza dos ouvidos dos cães? 

Com um cotonete para os cães pequenos, ou um chumaço de algodão na ponta de um estilete flexível ou pinça para cães de maior porte, umedecemos esse algodão com uma solução de alcool-éter (em partes iguais), e com esse cotonete limpamos e removemos a cera existente no conduto auditivo e nas próprias orelhas. Especial cuidado na limpeza do conduto auditivo externo, em sua parte mais profunda, a fim de não lesar o tímpano ali localizado. A freqüência que essa limpeza deve ser feita, dependerá da raça de seu cão: Os cães das raças que tem as orelhas eretas, como o Pastor Alemão, necessitarão limpezas mensais. Já os cães de raças que tem as orelhas caídas, como aqueles da raça Cocker Spaniel, a limpeza deve ser feita mais freqüentemente (cada 10 dias).

Como perceber se meu cão está com otite?

O sintoma mais evidente é o ato do mesmo coçar com as patas tal região da cabeça, ou então sacudir freqüentemente a cabeça. Mais evidente, quando ocorrer secreção purulenta pela orelha, o que denota a infecção já estar ali instalada e latente, e quando a otite é unilateral (apenas um dos ouvidos), o ato do cão manter a cabeça inclinada para esse lado inflamado.

Como tratar um cão com otite? 

Muitas vezes o simples ato de proceder à limpeza dos ouvidos, quando a otite é apenas externa, é suficiente para sanar o mal. Porém, quando a infecção já atingiu o ouvido médio ou o interno, necessário se faz tratamento mais especializado, inclusive com administração de antibióticos por via geral (parenteral ou oral), e mesmo nebulizações da garganta com medicação apropriada. Nessa caso, a recomendação, é procure um veterinário competente, que este deverá estar capacitado para lhe indicar a melhor terapêutica.

Apenas uma recomendação final: Nada de pânicos em caso de otites, pois tenha em mente que o próprio organismo animal tem meios de defesa tanto para essa quanto para outras infecções. Cuide de seu animal como cuida de si mesmo: com cuidado e atenção , tanto quanto seu asseio quanto sua alimentação, e propiciando ao mesmo exercícios físicos e carinho. Nada além disso.

Pulga



O inseto mais comum nos animais de estimação

NOME COMUM: Pulga
NOME EM INGLÊS: Flea
NOME CIENTÍFICO: (mais de mil espécies)
Xenopsylla cheopis (imagem ao lado)- Pulga do rato (Oriental rat flea). Esta pulga, uma das mil espécies existente, é responsável por transmissão da Peste.
Pulg do gato (Ctenocephalides felis),
Pulga do cachorro (Ctenocephalides canis)FILO: Arthropoda ClASSE: InsectaORDEM: Siphonaptera
CARACTERÍSTICAS:
Comprimento: até 0,4 cm 



Boca equipada para sugar o sangue.
DESENVOLVIMENTO COMPLETO: (ovo, larva, pupa, adulto)
Todo mundo conhece a pulga. Ela vive com o homem em todos os lugares, sobretudo onde a higiene não é adequada. É um saltador impressionante. De fato, pode ser considerada o maior campeão olímpico de saltos de todos os tempos. pode saltar 75 vezes a sua própria altura e 25 vezes seu comprimento. Há pulgas treinadas para fazer toda espécie de acrobacias e algumas delas chegam a mover pequenas carruagens de papel.

Nem todas, porém, são amestradas. a maior parte vive nos mamíferos, nutrindo-se do seu sangue. Estas são perigosas. Quando passam de um hospedeiro para outro, podem levar germes de doenças graves. Aquelas que vivem nos ratos podem transmitir às pessoas a mortal peste bubônica. A pulga põe os ovos entre as tábuas do assoalho e outras frestas de casa. Em poucos dias saem as pequenas larvas brancas que se encasulam em lugares úmidos e escuros para transformar-se primeiro em ninfa (forma intermediária entre a larva e o inseto adulto) e depois em pulga adulta. Então saem para procurar um hospedeiro.

COMO OS ANIMAIS ÃO INFESTADOS E QUAIS SÃO OS SINTOMAS

As pulgas são pequenos insetos marrons e sem asas. Elas dependem do hospedeiro, que neste caso são o cão e o gato, para se alimentarem e se protegerem, permanecendo toda a sua vida nestes e em outros animais contactantes. Além de provocarem incômodo pelas picadas, transmitem vermes, parasitas sangüíneos e podem induzir a processos alérgicos, diminuindo a qualidade de vida de nossos animais. Visto que são capazes de pular até 30 cm, não havendo portanto a necessidade de contato íntimo, o cão ou o gato podem adquiri-las passeando na rua ou no próprio quintal, prédio ou carro onde possam ter acesso outros animais. Daí a importância de oferecermos a eles mecanismos de combate e proteção contra as pulgas. Caso o animal já as possua, ou apenas se queira evitar, há um verdadeiro arsenal disponível, o que escolher? Para cada caso há uma solução mais adequada, dependendo do grau de infestação, do tipo dos ambientes em que vive e freqüenta, do número e condições dos animais com quem tem contato e se é alérgico ou não. Tais fatores vão orientar o esquema de erradicação das pulgas quanto aos medicamentos e período necessários para tal.

Há mais de 2000 espécies em todo o mundo, porém, a Ctenocephalides felis felis é a espécie mais comum, prevalecendo em mais de 90% dos cães e gatos. A fêmea da pulga deposita seus ovos (brancos com 0,5 mm de comprimento) no animal e, como não se fixam, caem no ambiente onde apenas dependem da temperatura e da umidade para eclodirem em larvas, num período de até 10 dias. Estas aprofundam-se nos carpetes, cobertores e frestas de pisos, onde se alimentam de restos orgânicos e fezes de pulgas adultas. Em 5 a 11 dias formam um casulo onde ocorre a forma de pupa. A 27ºC e 80% de umidade ambiental, podem se transformar em pulgas adultas em apenas 5 dias. Porém, tal fato só ocorre se houver animais ou pessoas no ambiente; caso contrário as pulgas podem permanecer no casulo por até 140 dias. Normalmente o ciclo de vida se completa em 3 a 4 semanas e as pulgas vivem no animal por mais de 100 dias. A partir do quarto dia se alimentando do sangue do animal, cada fêmea produz , em média, 20 ovos por dia durante 21 dias. Se não interrompermos o ciclo, a infestação no animal torna-se extremamente incômoda e maléfica à sua saúde.

A pulga causa um prurido intenso devido as suas picadas. Existem animais que desenvolvem uma dermatite pruriginosa e pápulo-crostosa na região lombossacra, dorsal, coxal, caudo medial, abdomem ventral, flanco e pescoço com áreas de rarefação pilosa. Ainda se encontra nos pêlos, fezes das pulgas (pontos pretos que quando apertados observa-se uma coloração avermelhada).

Quando ingeridas pelos cães e gatos no ato de se lamberem ou se mordiscarem, ou pelo homem acidentalmente, levam, para o intestino, a forma infectante do Dipylidium caninum, verme cestóide, semelhante à Tenia, "solitária" do homem. Constitui-se, portanto, numa zoonose e pode, nos animais, levar a emagrecimento, diarréia, perda de pêlos e até à morte se não tratada. O animal apresenta coceira na região anal, arrastando a região no chão, e ,às vezes, podem ser vistas as proglotes do verme, pequenos reservatórios de ovos, em volta do ânus ou nas fezes, semelhantes a grãos de arroz.

Os gatos, por sua vez, são vítimas de um parasita sanguíneo, chamado Hemobartonella felis, transmitido naturalmente pela picada da pulga, causando a doença denominada de Hemobartolenose. Os sintomas são perda de peso, fraqueza, depressão e falta de apetite, devido a uma anemia que pode se tornar crônica. Se não tratados, mais de 30% dos gatos podem vir a óbito.

Como se não bastassem as doenças acima citadas, o incômodo da presença das pulgas sobre a pele do animal pode ser agravado se este desenvolver alergia às picadas deste inseto. Tanto o cão quanto o gato são passíveis de manifestarem uma hipersensibilidade em que basta uma picada por semana para induzir a uma coceira insuportável, induzindo o animal a se ferir, muitas vezes gravemente, o que exige um tratamento urgente. Quando não tratada no início, a alergia torna-se crônica, levando a alterações irreversíveis da pele e da pelagem, além de poder alterar o estado emocional do animal, que permanece em constante estado de estresse devido à coceira incessante. O cão ou o gato, em alguns casos, passa a comer menos e torna-se deprimido ou agressivo, dependendo de sua personalidade. É também, muitas vezes, isolado do convívio familiar por causa das condições de sua pele, que pode apresentar descamação e infecções produtoras de odores desagradáveis.

A PULGA E O HOMEM

Como todos podemos ver, as pulgas também podem afetar o homem que apresenta reações alérgicas, e consiste em um aglomerado de urticária papulares localizada nas extremidades inferiores (pernas). Elas são transmissores do tifo, praga, tularemia e hospedeiro intermediário do DIPYLIDIUM CANINUM (semelhante a um grão de arroz), que acomete cães e gatos. Portanto, as pulgas não devem ser eliminadas e evitadas por toda a vida do animal apenas por ser um inseto, mas sim por interferir significativamente na saúde e bem-estar dos nossos fiéis companheiros.

PROFILAXIA

A maior parte do ciclo de vida da pulga ocorre fora do seu hospedeiro (os animais) e devido a isso, existe a necessidade de cuidar também das instalações e ambiente onde o animal vive, além dele mesmo.
Através de uma orientação adequada; pode-se dar um tratamento ao animal para que ele fique sem pulgas. Inseticidas no ambiente, além de um vermífugo correto para eliminar o DIPYLIDIUM sp do animal de estimação, são necessários.

Podemos encontrar uma variedade enorme de sabonetes, shampoos, pós, talcos, sprays e coleiras antipulgas, alguns para serem usados nos cães e gatos e outros nos ambientes, porém atualmente contamos com medicamentos mais modernos, seguros e eficientes.

A dedetização periódica dos locais freqüentados pelos animais, desde que realizada por empresas especializadas, ou caseira com produtos idôneos, auxilia no controle das pulgas do animal devido à erradicação das formas intermediárias que se encontram no ambiente. No caso de serem utilizados aspiradores de pó com sacos não descartáveis, é recomendado colocar pó antipulga nestes para que não se tornem ninhos em potencial, devido ao calor e à quantidade de restos orgânicos acumulados.

É muito importante que se saiba que todos os produtos são capazes de induzir a intoxicações caso não sejam utilizados de acordo com as recomendações do fabricante, ou seja, algumas substâncias não podem ser ingeridas, utilizadas nos animais (só no ambiente), em filhotes de até uma certa idade, em gatos, em fêmeas prenhes ou em lactação ou em animais que possuam algum problema de saúde específico. Ou seja, além de proteger a saúde dos animais e das pessoas (que convivem com estes e/ou vão manipular os produtos), seguir rigorosamente as instruções da embalagem permite obtermos o máximo do efeito antipulga.

Se possível este controle deve ser realizado continuamente, visto que não possuímos estações climáticas bem definidas, havendo períodos quentes até mesmo durante o inverno, que permitem a reprodução eficiente das pulgas. Devido à grande quantidade existente e ao constante surgimento de novos produtos antipulgas, recomenda-se consultar o médico-veterinário antes de adquiri-los a fim de se garantir o melhor resultado possível para cada caso, dependendo do grau de infestação, da espécie animal, da idade, do tipo de pelagem e do estado de saúde do nosso bichinho. O importante é não desprezarmos este pequeno inimigo, que, por viver a mais tempo que nós neste planeta, encontra-se muito bem adaptado ao nosso meio-ambiente, acompanhando-nos sempre que puder. 

Parvovirose



Esta é a virose que mais atinge os cães. O causador desta doença é um vírus de nome Parvovírus canino. Ele é altamente contagioso e causa inflamação e destruição das células da mucosa interna do intestino. Este agente está distribuído pelo mundo todo desde o final dos anos 70.

A infecção ocorre através da via fecal-oral. Durante a enfermidade aguda, e por cerca de 1 - 2 semanas depois, o animal afetado elimina uma quantidade maciça do vírus. Como o vírus pode sobreviver e permanecer infeccioso por muitos meses no ambiente, a contaminação ambiental tem um papel fundamental na transmissão da doença.

Os sintomas geralmente ocorrem 5 dias após o animal ser exposto ao vírus. Ele pode afetar cães de qualquer idade, raça ou sexo, desde que estes animais não estejam vacinados corretamente (usando esquemas vacinais confiáveis, elaborados por médicos-veterinários e usando um mínimo de 3 doses de óctupla para filhotes e 1 dose de óctupla anualmente para adultos já vacinados quando filhotes). A ocorrêcia se dá, na maioria dos casos, quando o cão apresenta cerca de 2 a 6 meses de idade, não está vacinado corretamente e tem livre acesso à rua.

Existem raças que são mais susceptíveis ao parvovírus, como os rottweilers, os dobermanns, os pitt bulls e os labradores (mais os de pelagem negra). Porém a base biológica dessa fraqueza nestas raças ainda é desconhecida cientificamente. Portanto para essas raças o recomendável é a administração de 4 a 5 doses de óctupla quando filhotes.

O parvovírus canino uma vez instalado no organismo do animal, causa anorexia (perda do apetite), depressão, febre, vômito, diarréia líquida de grande volume e hemorrágica com desidratação rápida e progressiva. Podem se desenvolver também quadros de hipotermia (diminuição da temperatura corpórea normal), icterícia (amarelamento da pele e mucosas devido à hepatite) e infecção bacteriana secundária. O parvovírus tem extrema atração pelo músculo cardíaco, causando miocardite e levando ao quadro de insuficiência cardíaca com dificuldade respiratória, fibrose do miocárdio e por fim o óbito.

Alguns fatores contribuem para aumentar a severidade da doença, como o estresse, condições desfavoráveis em canis super lotados e mal higienizados, infecções bacterianas secundárias, ação conjunta de outros vírus (cinomose, coronavirose, etc) e endoparasitismo (verminose).

O tratamento é principalmente de suporte à vida do paciente, ou seja, não existe uma medicação anti-viral específica para o parvovírus canino. O básico é soroterapia endovenosa, protetores e restauradores (cicatrizantes) da mucosa interna intestinal, anti-hemorrágicos e antibióticos. Portanto o fundamental é o controle do equilíbrio hídrico-eletrolítico e o combate aos agentes aproveitadores (infecções secundárias, como bactérias, por exemplo). Com isso tenta-se dar força para que o organismo do animal possa produzir anticorpos (células de defesa) contra o parvovirus. O período de tratamento intensivo (internação) geralmente dura de 5 a 10 dias.

O esquema vacinal adequado feito por um médico-veterinário (e não por balconistas de casa agropecuárias em ambientes precários e situações clínicas duvidosas higienicamente) é o único meio realista e efetivo de e prevenção e controle desta doença.

O parvovírus é universal e por causa disso é muito estável fora do animal, ou seja, em ambientes. Quando há (ou houve) um animal doente em casa é preciso higienizar o local todos os dias (por vários dias) usando água misturada com água sanitária (passar no ambiente e deixar agir até secar sozinho).

Diarréia



A diarréia é um sinal clínico muito comum em cães e pode ter diversas causas. Em animais jovens, é comum a diarréia por parasitas intestinais (vermes e protozoários), mudanças alimentares ou fornecimento de alimentos que não fazem parte da dieta (doces, massas, etc..), viroses e excesso de ingestão de alimentos. Normalmente, a diarréia alimentar caracteriza-se por fezes pastosas e amareladas.

As viroses, que não só acometem filhotes como também cães adultos, causam diarréias líquidas, marrons avermelhadas e de odor muito fétido. Os parasitas intestinais, quando em grande quantidade, podem causar diarréias tão intensas quanto nos casos de viroses, e com o mesmo aspecto.

Os cães adultos podem ter diarréia pelas mesmas causas dos filhotes, mas também por doenças sistêmicas. É o caso de animais com insuficiência hepática ou renal, pancreatites, tumores intestinais, deficiência no funcionamento da glândula adrenal, dentre outros. Nestes casos a diarréia é "mais um sintoma", e está associada a outras manifestações. Muitas drogas (medicamentos) podem causam diarréia, por isso, nunca medique seu cão sem orientação veterinária. As doses são diferentes das usadas em humanos, e há medicamentos que não podem ser usados em animais.

Em alguns tipos de intoxicações ou envenenamentos, a diarréia pode estar presente. Tome cuidado com dedetizações, venenos e iscas para baratas e ratos.
Existem também as diarréias de origem psicogênica. Mudanças ambientais, morte ou ausência de uma pessoa muito chegada ao cão, e até mudanças na rotina da casa podem causar estresse no animal e diarréia.

O tratamento da diarréia vai depender do diagnóstico da causa primária. Veja as dicas logo abaixo.

Em resumo, a diarréia é um sinal clínico de muitas doenças, e quando ela se torna intensa, causa desidratação e até a morte do animal. Consulte o veterinário e não tente tratar a diarréia com receitas caseiras para que o cão possa ser socorrido a tempo.

DICAS:
VÔMITOS E DIARRÉIAS
Vômitos e diarréias intensos não chegam a ser uma emergência veterinária, mas se o proprietário não tomar medidas urgentes, podem levar o animal à morte por desidratação.

Causas do VÔMITO:
Dor abdominal intensa pode causar vômito no animal. Problemas renais, hepáticos, torções no intestino e estômago, por exemplo, causam vômitos.
Intoxicações diversas: as mais comuns são por produtos inseticidas usados na casa (dedetizações), ou no animal (produtos antipulgas tóxicos)
Doenças virais ou bacterianas: cinomose, parvovirose, infecção uterina (piometra), etc..
Tosse severa: o esforço constante em tossir pode causar vômitos.
Assim, o vômito pode ser atribuído a inúmeras causas, e não se pode ter um diagnóstico preciso da doença somente com este sinal clínico. O vômito caracteriza-se por uma substância incolor e espumosa constituída de suco gástrico. Às vezes, pode ter coloração amarelada por refluxo de bílis. O animal vomitando excessivamente corre o risco de desidratação, uma vez que ele não absorve a água necessária para a sua manutenção. Além disso, ocorre um desequilíbrio eletrolítico, pois o animal perde muito ácido. O cão torna-se fraco e apático. Deve-se corrigir a desidratação, caso ocorra, e o equilíbrio do organismo.

Causas da DIARRÉIA:
Vermes
Viroses ( parvovirose, coronavirose, etc.)
Intoxicações
Estresse (mudanças de ambiente ou na rotina da casa)
Mudanças alimentares bruscas

A diarréia é a perda de líquido através das fezes, que se tornam pastosas ou líquidas. Se for muito intensa (líquida e em grande quantidade), pode causar desidratação rápida. Mesmo que ele esteja bebendo líquidos, muitas vezes a perda é maior que a reposição, e uma desidratação leve, moderada ou grave se instala. Ocorre desequilíbrio eletrolítico, pois, através da diarréia, o organismo torna-se muito ácido. O animal fica muito apático, fraco, pode ter tremores pela dor abdominal causada por cólicas (fortes contrações intestinais para expulsar as fezes). Deve-se corrigir a desidratação, caso ocorra, e o equilíbrio do organismo.

O que fazer:
Verifique se o animal está desidratado: para isso puxe a pele do animal na lateral do abdômen ou um pouco abaixo do pescoço. Se a pele demorar a voltar, o cão está desidratado. Se a pele não voltar, a desidratação é grave e o animal pode estar correndo risco. Leve-o ao veterinário imediatamente.

No caso de vômitos e diarréia, leves ou graves, a primeira coisa a fazer é retirar a comida do animal. Um jejum de 24 hs é necessário. Enquanto estiver comendo, o animal continuará a ter vômito e/ou diarréia, e a perda de líquidos e o desequilíbrio do organismo irão se agravar. No caso de vômitos, retirar a água também, caso o animal beba e vomite.

O jejum é essencial para que o organismo possa se recuperar.