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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cane Corso



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A sociabilidade associada ao instinto de guarda reflete a realidade da maioria dos Cane Corsos. Acostumado por séculos a fazer parceria com o homem, o Cane Corso é ideal para quem valoriza um guardião que, além de manter afastados os intrusos, deixe bem à vontade as visitas.

O padrão oficial da raça pede um cão inteligente e equilibrado, inigualável na guarda e na defesa. Dócil e afetuoso com o dono, amante das crianças e da família - essas qualidades são testemunhadas por quem conhece de perto o Cane Corso. Outra qualidade apontada pelo padrão da raça é a fácil adestrabilidade. É muito atento, inteligente efiel ao dono, o que simplifica muito a sua educação.

A desenvoltura com que o Cane Corso patrulha a propriedade o coloca entre as raças que marcam mais presença entre os passantes, fator psicológico valorizado na guarda. Porém, apesar da presença marcante, o Cane Corso apenas se impõe em seu território, não representando perigo real à sociedade em geral, como acontece com outros cães notadamente desequilibrados. Não há notícias de algum país que inclua a raça na lista daquelas sujeitas à legislação restritiva.

Com as Criancas
O relacionamento dos cães da raça Cane Corso com os membros da família de seus donos e,excepcionalmente com as crianças, é surpreendente. Eles têm a incrível capacidade de reconhecer os pequenos e trata-los como verdadeiros filhotes, cuidando-os e brincando à sua maneira.

Apesar da aparência robusta e das dimensões avantajadas, o Cane Corso é muito dócil e bastante compreensível com as atitudes infantis. Graças a sua grande inteligência e sensibilidade, este animal sabe acudir perfeitamente o filhote do homem, com amor e, lembramos ainda, com secular paciência.
Enquanto outras raças de cães demonstram-se inquietas e irritadas com puxões de orelhas e sentem-se ameaçados ao sentirem uma criança montada em seu lombo, o Corso leva essas atitudes como brincadeiras e reage da mesma forma.

Origem e História

O Cane Corso tem longa história de parceria com o homem. Ao lado dele desempenhou, durante séculos, diferentes atividades nas propriedades rurais do sul da Itália. Durante o dia, muitos Cane Corsos ajudavam a pastorear boiadas e a protegê-las do ataque de predadores como os lobos. Também podiam ser vistos com seus donos em caçadas a grandes animais, como javalis.

Mas, desde o princípio de seu surgimento - segundo cinólogos modernos - muitos Cane Corsos eram utilizados exclusivamente para guarda. A vocação para defesa sempre foi outra característica marcante da raça. O próprio nome, segundo a maioria dos etimologistas, associa Corso ao latim cohors, que significa guarda, protetor.

Curiosamente, apesar de ser uma raça com origens bastante remotas, o reconhecimento internacional foi conquistado há poucos anos. O Cane Corso é semelhante, e muito provavelmente descendente, aos molossos romanos, retratados há cerca de dois mil anos. Até o início do século os descendentes desses cães estavam concentrados na zona rural do sul da Itália e eram conhecidos como Mastinos - os mais pesados, usados exclusivamente para guarda - e como Cane Corsos - os mais leves e versáteis.

Até 1912 a raça era completamente desconhecida fora dessa região mediterrânica. O interesse surgiu em decorrência da tentativa de inscrição de dois exemplares em uma exposição no norte da própria Itália. Indignado pela descoberta do desconhecimento, o proprietário daqules cães conduziu alguns cinófilos até o sul, onde encontraram centenas de Cane Corsos.

A partir da década de 40, cinófilos italianos começaram a criação organizada dos exemplares mais robustos e altos desses cães, que deram origem ao Mastim Napolitano. Mas foi apenas na década de 80 que um grupo de menos de 20 proprietários e apreciadores do Cane Corso, estabelecidos no norte da Itália onde a cinofilia já era mais desenvolvida, resolveu trazer a raça para a criação organizada. Surgia em 1983 a Società Amatori Cane Corso (SACC).

Apenas mais tarde, depois de muitos estudos e desenvolvimento da raça, em 1987, o primeiro padrão foi redigido e os cães começaram a ser registrados. Em 1994, a primeira vitória veio com o reconhecimento da Sociedade Cinófila italiana. Dois anos mais tarde, em 1996, a grande conquista: a Federação Cinológica Internacional (FCI) reconhecia oficialmente o Cane Corso e apresentava seu padrão, adotado nos 77 países a ela associada.

American Staffordshire Terrier



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A origem recente do American Staffordshire Terrier é relativamente bem conhecida. O American é uma ‘re-leitura’ norte-americana do Staffordshire Bull Terrier, uma raça bastante antiga, cuja origem está vinculada à região de Staffordshire na Inglaterra. Apesar desta antiguidade, só foi aceito como raça independente em 1936. Um dos primeiros cães a serem aceitos pelo AKC foi Pete the Pup, (nome ‘verdadeiro’ de Lucenay's Peter) e que ficou muito famoso como personagem do seriado cômico "Our Gang" no início dos anos 30.

Esta re-leitura dos americanos fez com que o Staffordshire Bull Terrier passasse por algumas mudanças essenciais, entre elas o tamanho: os Americans são maiores do que os Staffordshire Bull Terrier e possuem mandíbulas mais bem desenvolvidas.

Em sua origem os Staffordshire Bull Terrier foram desenvolvidos para a função de cães de luta e, para isso, os criadores utilizaram entre outros, diversos Terries e Bulldogues. O objetivo foi plenamente alcançado e a raça Staffordshire Bull Terrier ganhou enorme popularidade na Inglaterra, enquanto as lutas foram permitidas oficialmente, até o século XIX.

Da Inglaterra os Staffordshire Bull Terrier foram exportados para os Estados Unidos e tem-se início uma nova fase no desenvolvimento dos American Staffordshire Terrier, especialmente quanto à sua estatura, culminando com a troca do nome da raça para o atual.

O desenvolvimento dos American Staffordshire Terrier está intimamente ligado ao de outra raça: os Pitt Bull Terrier. Tanto isso é verdade que o proprietário de um legítimo American Staffordshire Terrier pode registrar o seu cão no American Pit Bull Terrier enquanto que o inverso não é permitido.

A principal motivação para esta ‘cisão’ é a evolução da própria criação de cães, que passou a dar mais valor aos cães equilibrados e de boa conformação que pudesse freqüentar as exposições de beleza e estrutura. Assim, os criadores passaram a valorizar mais os cães cujo temperamento fosse mais previsível e adaptado a convivência com outros animais. Com esse objetivo em mente, a seleção tornou-se mais criteriosa, excluindo-se as linhagens de temperamento mais belicoso, bem como aqueles que apresentavam tendência a desenvolver problemas genéticos como surdez.

Personalidade

Como todos os Terriers, os American Staffordshire Terrier são cães especialmente corajosos e com altas doses de energia. Ao contrário do que a maioria dos Terriers, no entanto, são quietos e não latem desnecessariamente.

De maneira geral, são cães bastante dominantes – provável herança do seu ancestral inglês – e por essa razão devem ter donos muito experientes e, sobretudo, responsáveis. Os bons cães, ou seja, aqueles criados levando-se em conta os critérios adequados quanto ao temperamento e conformação, são bons guardas sem serem excessivamente agressivos.

São cães muito ligados aos seus donos e sua resistência faz com que sejam excelentes companheiros para atividades físicas. São bastante inteligentes e na classificação do estudioso Stanley Coren, publicada no livro ‘A Inteligência dos Cães’, ocupam a 34ª posição entre 135 raças pesquisadas.

Ao contrário dos Pitts, os American Staffordshire Terrier podem conviver melhor com outros cães, mas esta característica deve ser estudada de acordo com a linhagem de que provém o cão.

São bastante tolerantes com crianças, mas até em função de seu porte físico, não devem ser deixados sem supervisão uma vez que durante as brincadeiras podem vir a derrubá-las.

O Filhote

Como todo terrier, os American Staffordshire Terrier precisam ser estimulados à obediência desde cedo, caso contrário podem desenvolver um traço forte de personalidade dominante e sair do controle do dono.

Também é fundamental a socialização do filhote não apenas com outros cães como também com pessoas e ambientes.

O adestramento básico de obediência é quase obrigatório para os cães que possuem estas características de dominância e atividade e de maneira geral os resultados aparecem tanto mais rápido quanto maior for o envolvimento do dono no processo de treinamento.

Assim como os adultos, os filhotes possuem uma enorme capacidade de resistência e disposição para brincadeiras. Por isso é recomendado que possuam espaço para exercitar-se e desenvolver-se não apenas física como mentalmente.

Problemas com a Raça

O American Staffordshire Terrier não preocupa muito seus donos com relação à sua saúde. Além de seu pelo curto exigir poucos cuidados para se manter limpo, não há registros de problemas específicos da raça.

Mastiff Inglês



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O Mastiff Inglês, também conhecido como Old English Mastiff é uma raça muito antiga e certamente descende dos grandes "mastins" da antigüidade, cães gigantes normalmente originados da Ásia e que se espalharam por toda Europa. Eram conhecidos dos grandes imperadores romanos que adotavam os ‘mastins’ em suas frentes de batalha. Eram cães grandes, valentes e bastante resistentes.

Segundo alguns historiadores, os mastins eram usados como cães de guerra pelos povos Celtas e acompanhavam seus donos em suas batalhas. Quando os Romanos invadiram a Britânia, eles levaram os cães de volta a Itália e os usaram para guarda de propriedades e prisioneiros. Até 1835, eram usados em combates com outros animais até que esse tipo de ‘lazer’ foi proibido.

Durante a Segunda Guerra Mundial, foram usados para colocar os carros de munição nas frentes de batalha. Até em função disso, com o fim da Guerra a raça encontrava-se bastante dizimada e foi salva da extinção com o trabalho sério de criadores, que utilizaram inclusive o cruzamento com o São Bernardo para salvar a raça. Deste cruzamento a principal contribuição do São Bernardo foi a suavização do temperamento da raça. Mas ainda hoje, 50 anos depois, ainda aparecem nas ninhadas cães com pelagem mais longa e manchas brancas na cara, nas patas e no peito.

Há sangue de Mastiff em várias outras raças conhecidas atualmente, como o Bullmastiff, Rottweiller, Dogue Alemão, Terra Nova, São Bernardo, Fila Brasileiro, etc.

Personalidade da Raça Mastiff

Apesar de seu tamanho gigante – um exemplar da raça é o cão mais pesado do mundo, segundo o Guinnes Book – o Mastiff tem um temperamento especial.

Mesmo tendo sido desenvolvido e selecionado para cumprir a função de guarda, o bom Mastiff deve ser um cão calmo, seguro e bastante ligado à família e pessoas de seu convívio.

Não devem demonstrar comportamentos agressivos quer com humanos ou outros animais (inclusive outros cachorros). A despeito do seu tamanho, são excelentes companheiros para as crianças com as quais têm bastante paciência inclusive com aqueles brincadeiras mais ‘violentas’.

Como cães de guarda são excelentes e atuam com muita segurança e eficiência. Tem um estilo de guarda bastante peculiar, preferindo, em casos de necessidade, encurralar a ‘vítima’ deixando-a imobilizada e só irá mordê-la em último caso.

Talvez até em função do seu tamanho, são cães de baixa atividade e que latem pouco, assim, diz-se que quando um Mastiff late, é porque de fato merece atenção. Apesar de serem cães considerados ‘tranquilos’, o Mastiff precisa de exercícios para que não desenvolva problemas como o excesso de peso.

Um cuidado especial a ser tomado é de promover a convivência estreita dos cães com as pessoas da casa. Esse contato é essencial para um bom desenvolvimento psicológico de qualquer cão e dos mastiffs em particular.

Filhotes da Raça Mastiff

Para que o filhote se desenvolva bem, alguns cuidados são essenciais. A primeira providência é estabelecer claramente a sua liderança sobre o filhote e socializá-lo tanto com pessoas como com outros animais. Aulas de obediência são bastante recomendadas, até porque facilitam o controle sobre os cães quando adultos e há muita controvérsia sobre a real necessidade de adestramento para guarda. Um filhote bem educado e equilibrado certamente se transformará num adulto confiável.

Na escolha de um filhote, o futuro proprietário deve dar sempre preferência aos que não sejam nem excessivamente arredios nem agitados ou festeiros demais. O equilíbrio da raça é fundamental e pode ser notado mesmo num filhote.

Outro cuidado especial é quanto à alimentação. Os Mastiffs são cães de crescimento rápido e por isso a alimentação deve ser a melhor possível durante o primeiro ano de vida, com altos índices de proteína e cálcio.

Da mesma maneira deve-se tomar cuidado redobrado com o tipo de piso no qual viverá o filhote. Pisos lisos e/ou escorregadios podem provocar lesões ósseas e/ou musculares que podem prejudicar a movimentação e qualidade de vida do cão.

Outra recomendação importante é quanto ao volume/intensidade de exercícios. Deve-se tomar especial cuidado e não extenuar o filhote. Exercícios regulares são mais recomendados do que ‘maratonas’ que podem levar ao desenvolvimento de problemas de articulação.

Um Show de obediência no campeonato mundial de adestramento


Por que os cães atacam crianças inocentes, pessoas idosas que não representam ameaça?




Por que os cães atacam crianças inocentes, pessoas idosas que não representam ameaça?
1. Falta de conhecimento de etologia - nossos conceitos de propriedade mascaram a visão da realidade. Nos consideramos "donos" dos animais chamados domésticos da mesma forma como nos considerávamos donos dos escravos no século passado e da mesmíssima forma como nos consideramos donos das mulheres, dos maridos, dos filhos etc. Os pais podem bater em "seus" filhos. Entretanto se um filho bate no pai ou na mãe é considerado um ato absurdamente criminoso e, um cão morder o próprio dono, é considerado um delito infinitamente maior que um marido bater em "sua" mulher.
Entre os lobos, ancestrais dos cães, o conceito familiar é diferente. Ao atingir aadolescência, um filho pode, perfeitamente, disputar com seu pai a liderança da matilha.
O conceito de corretivo, de punição, de castigo para "dar uma lição", impede que possamos nos aprofundar no conhecimento do comportamento animal.
2. Educação dos filhotes - os humanos, seres inteligentes, passam 80% de suasvidas pensando ex-clusivamente no que não querem. Quando ensinamos alguma coisa a alguém só sabemos ensinar o que não pode. Quando o nosso cão está comportado não faz mais do que a obrigação. Quando ele faz alguma "arte" aí sim, tomamos alguma providência. Assim só damos atenção aos nossos cães quando eles fazem coisas erradas e ralhamos com ele.
Quando dois filhotes até dois adolescentes brincam a brincadeira é de luta: é um zangando com o outro (de mentirinha) o tempo todo. Quando ralhamos com um cão sem estarmos zangados, apenas zangando, ele entende essa atitude como um convite à brincadeira.
Por exemplo: Estamos ocupados trabalhando e não podemos desviar nossa atenção um segundo sequer. Nosso amado filhote nos adora e vem deitar ao lado, comportado. Jamais terá nossa atenção. Aí ele fica meia hora, quarenta minutos, depois se cansa, se levanta e se espreguiça, olha para os lados, olha para nós e continuamos ocupados. Aí ele desiste, olha embaixo da cama e vê um par de chinelos.
Assim que ele pega o chinelo largamos tudo o que era importantíssimo e saímoscorrendo atrás dele. Pronto! Acabamos de ensinar que, se ele quiser brincar conosco quando estamos ocupados, basta pegar o chinelo. Como ele não chegou a estragar o chinelo, apenas zangamos: ai, ai, ai, não faça isso ouviu? Nesse exato momento damos a ele a certeza que estamos brincando. Utilizamos essa colocação para começarmos a perceber que, sem querer, moldamos o comporta-mento de nossos cães exatamente o oposto do que gostaríamos.
3. Medo - quando escolhemos um cachorro incluímos nossas fantasias e nossas pretensões como itens de seleção, esquecendo que ele irá conviver conosco durante pelo menos 10 anos.Às vezes escolhemos, como se escolhe um bichinho de pelúcia numa loja. Quero comprar um poodle para o aniversário da Lucinha desses bem miudinhos, um microtoy tamanho 00000. Depois ele começa a sujar em casa, cresce e começa a morder, como parte da brincadeira de filhote, com aqueles dentes fininhos a pele delicada da Lucinha. Mamãe corre para socorrer e zanga com o "Fofo" pronto! Já o ensinou a morder a Lucinha para conseguir atenção e a Lucinha, por sua vez já aprendeu que quando o "Fofo" morde, mamãe corre para socorrer. Acabou-se o sossego e aquele filhote, que só seguiu seus instintos, está pron-to para ser doado. Como trata-se de um poodle é fácil doar. E quando a escolha recai num rottweiler?
Outras vezes escolhemos um cão para ser um fiel escudeiro da família. Claro quevamos escolher um cão que meta medo nos assaltantes. Um rottweiler! Só que, quando imaginamos um cão que meta medo num ladrão, do qual temos medo, escolhemos uma raça da qual também nós temos medo. Quando tentamos mexer na comida do filhote ele rosna. Por "respeito" aos direitos do cão de proteger sua comida, deixamos para lá. Por ocasião da sua adolescência haverá, inevitavelmente, uma disputa de liderança como acontece com todas as espécies gregárias de animais. Será estabelecida a pirâmide hierárquica. O cão poderá submeter-se a uma, duas, três, todas ou nenhuma pessoa da matilha. Uma vez fui visitar um dono de rottweiler e, quanto entrei na sala de estar, o Tyson estava no sofá assistindo a novela e o resto da família sentado no chão.
Se o "dono" do cão não tem controle sobre ele, certamente será um filho desobediente. Como irá dar-lhe a educação suficiente para não morder à-toa?
4. Criação - Se alguém decidir criar uma raça nova de pequeno porte, certamente, não vai cruzar um dogue alemão com um fila brasileiro. Se o sonho é uma raça de grande porte não vai cruzar um pinscher com um chihuahua. Da mesma forma se, na sua imaginação, se configura um cão feroz, ele vai escolher para cruzar exemplares de uma ou duas raças que considera bem agressivas. Cruzando sucessivamente cães agressivos o resultado será desastroso. O que o criador tem em mente passa para sua criação. Ao comprar seu mascote você deverá investir algum tempo conversando com o criador para saber o que ele tem em mente.
5. Cuidado com o cão medroso - todos os cães, sem exceção, mordem por medo. Quando temos medo compramos uma arma, se temos muito medo, a colocamos no coldre; se o medo aumentar, sacamos a arma; diante do perigo, atiramos. Ora os cães já nascem com 42 dentes na boca. Seus dentes formam sua ferramenta de trabalho e sua arma. O medo faz parte da estrutura biológica dos animais. É o medo que os conserva vivos diante dos perigos.
A coragem, fator hereditário, proporciona a chance de vencer os medos. Um cão corajoso teme uma menor quantidade de situações e, conseqüentemente tem menos motivos para morder.
É preciso não confundir coragem com agressividade. Um cão agressivo ou é poucocorajoso ou é mal educado.
6. Moda - infelizmente, no Brasil, cães entram em moda. O doberman já teve sua época: ficou marcado como o cão assassino, que morde o próprio dono, que perde a memória após os 3 anos, que a caixa craniana é menor que seu cérebro o qual ficava comprimido causando-lhe dor e, conseqüentemente, seu enfurecimento. O fila brasileiro, infelizmente, já começou mal, com criadores que desejavam que seus cães não pudessem ser tocados sequer por veterinários, só porque eram estranhos. Hoje, tanto o doberman quanto o fila já estão bem socializados. O rottweiler como cão perigoso, muito agressivo, contraindicado para crianças e agora o pitbull, cão de rinha que, quando enfurecido, ataca todo mundo. Felizmente está para entrar em moda o recolhedor do labrador ou, em inglês, Labrador Retriever, cujo conceito geral é de docilidade, meiguice e afabilidade - o "dono" brasileiro de cachorro está mudando.
7. Vergonha de gostar de cães - o cachorreiro brasileiro tem vergonha de dizer que vai comprar um cão porque gosta de cães. Ele sempre tem que justificar porque vai comprar um cachorro no lugar de adotar uma criança pobre: ou para dar de presente para alguém, ou para tomar conta do quintal ou então, porque alguém em casa quer. 70% das raças criadas e compradas no Brasil são as raças de guarda ou de trabalho. Basta pesquisar numa exposição: 70% são cães do 1º, 2º ou 5º grupos. Os outros grupos 3º, 4º, 6º, 7º, 8º, 9º e 10º representam o restante do número de cães inscritos.
8. Ciúme - o humano, principalmente o latino, avalia o tamanho do amor que sente pelo outro, pelo nível do seu sofrimento, quando da sua ausência. Nós sentimos o nosso ego massageado pela incapacidade do ser amado esconder o ciúme. Só que nós estamos acostumados a nos defender dos ata-ques de ciúme, os cães não.
Os animais ditos irracionais expressam seu ciúme através do ato instintivo.Principalmente os cães de guarda: quem não tem ciúme não guarda nada. Quando desejamos evitar o ciúme é ainda pior. Pelo nosso sentimento de justiça, quando temos dois cães, o correto é fazer carinho de mesma intensidade em ambos, ao mesmo tempo. É a melhor forma de arrumar uma briga. Os dois terão ciúme um do outro.
A Administração do Ciúme Canino
Um cão de guarda, tem forte sentimento de ciúme. O ciúme é a maior qualidade queum cão de guarda pode ter.
Numa matilha de lobos, machos e fêmeas convivem na maior harmonia, a exceção é real quando há uma disputa de liderança, momento em que, tanto o líder quanto o desafiante, têm oportunidade de reconhecer a superioridade do adversário e se render. Se nenhum dos dois desistir da luta, esta só terminará com a morte. Os lobos não brigam, porque são livres para retirar-se diante dum confronto indesejável, a não ser pela disputa da liderança.
Os cães, que descendem do lobo, vivem confinados. As baias, dos canis de criação, devem ser individuais, caso contrário, nenhum dos confinados terá a chance de retirar-se diante de um confronto.
Quando naturalmente soltos pelo proprietário um será solto antes do outro,estabelecendo uma preferência.
Toda a primeira briga entre cães, acontece em presença do proprietário, que,certamente, irá apar-tar, mantendo a disputa pela liderança não resolvida e, com isso, a determinação da prevalência dos direitos de um sobre o outro.
Como ninguém deseja arriscar um final desastroso, e com razão, a solução para evitar brigas será jamais agradar dois cães soltos. Se você quiser agradar, deverá manter o outro preso. Para agradar o outro, prenda o que estiver solto, para depois soltar o outro. O mesmo vale para as fêmeas.
Dois irmãos humanos também brigam. Irmãos caninos brigam com dentes. Apesar de tratarmos o nosso cão como um membro da família não conseguimos perceber que a briga entre irmãos, é sempre por ciúme. Um macho jamais brigará com uma fêmea.

A única espécie animal, na qual um macho briga com uma fêmea, é a humana.
Exceção feita às espécies de insetos cujo rito nupcial inclui a morte, sempre do macho. Gostar de cães é jamais provocar seu sentimento de ciúme.
Os Sentimentos de Amor e Afeto

O nosso prazer com a manifestação do ciúme canino é inconsciente e
automaticamente passado para os nossos cães no momento em que voltando para casa e falamos fininho com eles para fazer festa. Imitamos o choro do filhote. Isso deixa os cães nervosos, supondo que você está sofrendo.
Aflitos, choram e até se urinam, tentam lamber-nos com a intenção de aliviar.
Nossa vaidade interpreta essa aflição como sendo a representação do seu sofrimento com a nossa ausência, alimentando com sadismo o nosso ego.
Se você ama seu cão com sentimento puro, jamais coloque em teste seussentimentos, permitindo que sofra só para você sentir-se amado.
Ao revê-lo, demonstre apenas sua alegria, falando normalmente, como se já tivesse chegado há 10 minutos.
9. Treinamento errado de ataque - o conceito de treinamento de ataque, mesmoentre alguns treina-dores, está mal direcionado: "o cão deverá atacar qualquer pessoa estranha" é preciso ensinar ao cão a estranhar pessoas. Esta é a melhor forma de se preparar um cão para um ataque acidental.
Quando você coloca um filho seu numa academia de artes marciais, certamente não está preten-dendo que ele arrebente a cara de todos os seus colegas e muito menos do professor. O objetivo é ensinar-lhe defesa pessoal. Com os cães devemos seguir a mesma filosofia.
Pretender ensinar um cão a morder é tão absurdo quanto pretender ensinar um pássaro a voar. Um cão já nasce sabendo morder. O que ele não sabe é como o ser humano briga: socos, pontapés, pauladas, facadas, tiros etc. O que uma academia de defesa pessoal para cães deve ensinar são os "catares" humanos, isto é, como defender-se de um chute, de uma paulada, de uma facada, etc.
Outro ponto importante nessa nova filosofia é jamais ensinar um cão a morder irritando-o, atiçando de modo que ataque sob pressão psicológica, ou seja, ficar cego de raiva. Uma boa academia de judô ou caratê procura ensinar os seus alunos a manter a calma em qualquer situação. Um cão de-verá manter a tranqüilidade durante uma luta contra um ser humano para poder solta-lo quando receber este comando.
Um cão estressado, que "perdeu a cabeça", não vai soltar sob comando e muito menos interromper um ataque lançado.
Atualmente, um bom figurante (sparring) deve passar segurança aos seu alunos e ensiná-los, principalmente, quando não morder. O cão deve "atacar" por esporte de defesa, por brincadeira, jamais irritado. Um cão de guarda deve ter tranqüilidade suficiente para poder avaliar se o estranho representa perigo real ou não, utilizando seu instinto natural.
Como é fácil de ser observado, meus amigos, em qualquer situação a responsabilidade total é do ho-mem. Essa responsabilidade é dividida entre os criadores irresponsáveis e proprietários problemáticos, sendo que a tendência será de aumentar a carga do proprietário porque poderemos verificar ainda que, desde a escolha da raça, a escolha do nome (um pitbull jamais se chamaria Kiko e um poodle jamais se chamaria Killer) e a educação do cão pode ou não resultar em cães problemáticos.